Muitos praticantes de esportes não sabem o risco ao qual estão expostos.
Ele tem nome e sobrenome: Morte Súbita. Quando relacionada ao exercício e ao esporte ela é definida como a morte que ocorre durante a prática de atividade física, de modo inesperado, instantaneamente ou não. Segundo a Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte também pode ser definida como a morte que ocorre de 6 a 24 h após a prática de uma atividade física-desportiva.
É preciso ficar atento em relação à morte súbita no esporte, especialmente em relação aos fatores causais, que podem ser divididos em duas faixas etárias: abaixo e acima de 35 anos. De acordo com Dra. Alana Santos, especialistas em Medicina Esportiva, abaixo dos 35 anos, as causas mais frequentes são as doenças cardíacas congênitas, sendo a cardiomiopatia hipertrófica a mais prevalente. “Outras causas menos prevalentes são as anormalidades congênitas nas artérias coronárias, doenças valvares cardíacas congênitas ou adquiridas; Síndrome de Marfan, as arritmias, uso de substâncias tais como cocaína, anfetaminas e esteroides anabolizantes etc. E, acima de 35 anos a doença arterial coronariana é a causa mais comum”, destaca.
Entre os principais sintomas da Morte Súbita relacionada ao exercício estão dor no peito, vertigem, desmaios e falta de ar intensa. “Esses são sinais que devem ser respeitados e o exercício deve ser interrompido”, alerta a médica.
Dra. Alana esclarece também que, na maioria dos casos, a Morte Súbita relacionada ao exercício e esporte ocorre por causas que poderiam ter sido diagnosticadas através de um exame clínico (entrevista médica e exame físico) e de exames complementares, realizados em uma avaliação médica prévia. A execução de exames complementares depende das características do indivíduo que está sendo avaliado, do tipo da atividade física/esporte e do nível em que a atividade física/esporte será executada. “Por isso, a prevenção da Morte Súbita relacionada ao exercício e esporte se faz através de uma avaliação médica antes do início da realização de um programa de exercício físico/desportivo (o que chamamos na linguagem médica de avaliação pré-participação) e que esta avaliação seja periódica de acordo com as necessidades individuais do praticante e da modalidade/intensidade de exercício/esporte que está sendo praticado”, diz.
Quando as academias, os centros esportivos, as federações e as competições desportivas (como as maratonas, triátlons etc) solicitam atestados médicos aos praticantes e participantes, o objetivo principal está na prevenção de casos de Morte Súbita. Seja o atleta amador ou profissional ou praticante de atividade física, ele só estará apto à prática se tiver passado por uma avaliação médica “Essa avaliação médica pré-participação é um importante instrumento para a manutenção da saúde e segurança dos atletas e praticantes de exercícios, sendo mais do que uma simples formalidade que possa limitar ou impedir a prática de determinado exercício. Ela irá avaliar o quanto aquele indivíduo está preparado ou não para aquela prática de exercício ou esporte, identificando condições clínicas que possam predispor à lesões, que possam prejudicar o desempenho, que possam restringir a participação em determinado esporte, proporcionando assim uma espécie de triagem para Morte súbita, bem como uma avaliação clínica e funcional do atleta”, afirma.
Morte Súbita e atletas de fim de semana
Sobre a Morte Súbita durante o exercício, é preciso também saber que ela não faz apenas atletas se tornarem vítimas. Pessoas comuns também podem ser acometidas, principalmente os chamados “atletas de final de semana”.
“Essas pessoas sedentárias geralmente não sabem de seu estado de saúde e se submetem a esforços de intensidade pelos quais não deveriam”, comenta a médica.
“É importante que as pessoas saibam que a atividade física regular aprimora a função cardiovascular e proporciona um efeito protetor na prevenção de doenças cardíacas, bem como da doença arterial coronária. Assim, praticar atividade física regular é benéfico à saúde e dificilmente a atividade física vai ser contraindicada – pois geralmente a atividade física faz parte do tratamento de várias doenças – mas é importante sabermos como está nosso estado de saúde para sabermos que tipo de atividade física e qual intensidade devemos nos submeter”, orienta Dra. Alana.
Segundo a especialista, uma pequena parcela das pessoas possui patologias que fazem com que o exercício possa perder este papel de proteção contra eventos cardiovasculares agudos. Tais situações independem do nível de condicionamento físico, podendo acometer atletas altamente treinados ou pessoas que praticam exercícios físicos apenas eventualmente. “A morte súbita é a mais grave manifestação desta situação, e, portanto, uma avaliação médica, de preferência com um médico do esporte, vai garantir uma pratica segura de atividade física/desportiva”, destaca.
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