Tratamentos para o câncer de próstata

O câncer de próstata é o segundo tipo mais comum entre os homens. Segundo dados do INCA – Instituto Nacional de Câncer, só no Brasil, estima-se que a doença faça 15 mil vítimas anualmente.

A doença geralmente é tratada de acordo com o histórico do paciente e estágio da doença. Especialistas da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), explicam que, quando o câncer diagnosticado é classificado como de risco baixo ou intermediário, a recomendação é manter seu portador em observação para checar a progressão do tumor. Geralmente, só se recomenda iniciar o tratamento com cirurgia e radioterapia, em casos considerados de alto risco.

Atualmente há investimentos na busca por tratamentos e medicamentos que gerem resultados positivos, principalmente para casos em estágio avançado da doença – momento no qual é difícil controlar a doença. São as chamadas novas terapias, entre as quais se destaca a técnica radioisótopo do lutécio.

 

Novas terapias

No Brasil, o uso da molécula PSMA-1 marcada com lutécio radioativo, vem sendo utilizada no tratamento câncer de próstata metastático, quando a doença já foi disseminada para outros órgãos.

De acordo com especialistas da área de Medicina Nuclear da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, instituição que testa essa alternativa, como a molécula PSMA-1 é capaz de se ligar à proteína PSMA, que é encontrada em células malignas do câncer de próstata, ao marcar a molécula com o radioisótopo do lutécio, essa substância é absorvida, destruindo as células tumorais.

A técnica é inovadora porque permite o controle da doença no estágio terminal. Trata-se de uma terapia muito recente dentro da uro-oncologia, mas que já apresenta ótimos resultados, o que favorece o paciente.

O procedimento de radioisótopo do lutécio é usado no estágio mais avançado da doença, quando o paciente já tem múltiplas metástases, sejam elas ósseas ou viscerais. Os médicos que acompanham essa terapia explicam que é nessa fase que o indivíduo tem resistência e não responde mais à terapia hormonal convencional.

Os especialistas esclarecem que o grande diferencial dessa nova terapia é que ela apresenta pouquíssimos efeitos colaterais e os benefícios são maiores porque com ela é possível destruir as células cancerígenas e chegar à remissão total ou parcial da doença. Além da possibilidade de redução do número de lesões neoplásicas e metastáticas. O tratamento completo é composto de quatro sessões com intervalos de seis a oito semanas entre as doses

O aspecto negativo dessa terapia é o fato de não estar disponível em todos os serviços de medicina nuclear e somente em locais onde exista uma equipe médica qualificada, certificada pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), que emite uma autorização específica para uso e manuseio do medicamento à base de substâncias radioativas.

Cabe destacar que também graças ao avanço tecnológico, a realização da Cirurgia Robótica da Próstata vem sendo cada vez mais utilizada, sendo mais um ganho na luta contra o câncer de próstata.

Assim, diante de possibilidades de novos tratamentos e medicamentos no combate à doença, os especialistas conseguem avaliar melhor a enfermidade em seu início e oferecer maior qualidade de vida para indivíduos com casos mais avançados.