Longe de ser apenas uma questão de estética, a obesidade é uma doença preocupante porque, geralmente, causa outros problemas de saúde. Dr. Paulo Nassif, cirurgião bariátrico do Hospital das Nações, explica a relação entre a obesidade e algumas das principais doenças que afetam os obesos. Conheça alguns deles:
Diabetes mellitus tipo 2: É um distúrbio metabólico caracterizado por qualquer tipo de resistência à insulina. Não há uma causa específica e isolada determinada, mas a hereditariedade é um importante fator. Sabe-se também que com o envelhecimento e/ou o ganho de peso, há uma maior propensão, já o funcionamento do pâncreas pode não ser adequado, ou as células se tornarem incapazes de usar a insulina produzida. Estima-se que 60% a 90% dos portadores da doença sejam obesos. Há várias consequências tais como, acometimento da visão, podendo chegar até a cegueira, complicações renais graves, derrames e insuficiências artérias que podem evoluir para a necessidade de amputações.
Hipertensão arterial: Popularmente conhecida como pressão alta, é estabelecida pela força com que o coração empurra o sangue para as artérias e a resistência que o sangue encontra para percorrê-las, nos obesos, a gordura dificulta esse processo e por isso a pressão arterial se elevam. A hipertensão pode causar lesões em diferentes órgãos do corpo humano, tais como cérebro, coração, rins e olhos.
Coronariopatia: É a doença que atinge as artérias do coração, as coronárias. O estreitamento das coronárias, causado pela obesidade, leva à diminuição do fluxo sanguíneo para a musculatura cardíaca favorecendo o infarto do miocárdio.
Doenças articulares: A mais comum é osteoartrite que é uma inflamação crônica em que a cartilagem da articulação se degenera gradualmente, causando dor, inchaço e diminuição da flexibilidade. A articulação do joelho, por exemplo, sofre o impacto de cerca de seis vezes o peso corporal durante uma caminhada normal, por isso o excesso de peso é tão prejudicial às articulações.
Apneia do sono: É uma síndrome comum, mas que pode ser muito séria, porque a respiração para ou fica muito fraca enquanto a pessoa dorme. No caso das pessoas obesas isso acontece porque há um excesso de tecido mole na garganta que dificultam mantê-la aberta. Com frequência, os portadores de apneia têm ronco alto dificultando o sono de quem dorme próximo, além disso ela pode elevar as chances de pressão alta, diabetes, acidentes no trânsito e trabalho (por não haver um sono de qualidade que permita o descaso) sonolência durante o dia, ataques cardíacos e derrames.
A boa notícia é que, embora a obesidade seja uma doença crônica (que não tem cura), é possível controlá-la através de dietas, prática de exercícios físicos e algumas vezes medicações. Quando essas estratégias falham e a obesidade é considerada grave, pode-se optar pela cirurgia bariátrica. “A cirurgia bariátrica, quando bem indicada, resulta em uma acentuada e duradoura perda de peso, reduzindo as taxas de mortalidade e minimizando ou até mesmo controlando as doenças associadas”, explica Dr. Nassif.
