Entenda a diferença entre fratura, luxação, contusão e entorse

Entenda a diferença entre fratura, luxação, contusão e entorse

Há diversos tipos de lesões decorrentes de quedas e cada uma delas exige tratamento adequado para uma recuperação rápida e completa. Dr. Luis Gustavo Di Piero Mendes, ortopedista e traumatologista do Hospital das Nações, explica as diferenças entre fratura, luxação, contusão e entorse (comumente chamado de torção). Segundo ele:

– Fratura é o mecanismo de trauma no qual o osso é quebrado. “Pode ocorrer em qualquer parte do osso e nas articulações. Existem as fraturas articulares e extra articulares. Articulares são geralmente mais graves necessitando de uma intervenção cirúrgica para restabelecer a articulação”.

– Luxação ocorre nas articulações. “Mecanismo de trauma no qual ocorre um deslocamento ou desencaixe da articulação. “É um desalinhamento da articulação. Muitas vezes as luxações podem ser mais graves que as fraturas, necessitando de intervenção imediata do ortopedista com tratamento cirúrgico”.

– Contusão é o mecanismo do impacto. Uma pancada. “Um trauma direto no qual não ocorre lesão da pele nem fraturas. Geralmente as contusões não são graves. Há a formação do edema e dos hematomas”.  “Já o entorse ocorre nas articulações. É uma torção sem perda da congruência, ou seja, sem que ocorra a luxação. Alguns casos de entorses podem causar lesões ligamentares”, completa.

Tratamentos e recuperação

De acordo com Dr. Luis Gustavo Di Piero Mendes, o tratamento de cada uma das fraturas baseia-se em manter o alinhamento, comprimento e congruência articular do osso fraturado. Seja por meio de imobilização gessada nas fraturas extra articulares sem desvio e estáveis ou por meio de tratamento cirúrgico para fraturas articulares e/ou com desvio e instáveis. “Nas luxações o tratamento deverá ser de imediato para restabelecer a congruência articular. Existem manobras e técnicas específicas que o ortopedista utiliza para cada articulação. É o termo ‘colocar no lugar’ que na maioria das vezes é realizado na própria sala de atendimento do pronto-socorro”, esclarece.

As contusões, por serem menos graves, não demandam tratamentos específicos. Segundo o ortopedista, na maioria dos casos, basta fazer compressas de gelo, uso de analgésicos e repouso. “Algumas contusões poderão ser imobilizadas para alívio da dor nos casos mais graves. Os entorses geralmente tem o mesmo tratamento das contusões mas são mais frequentes a imobilização e fisioterapia em alguns casos”, destaca.  

Em relação ao tempo de recuperação de cada uma das fraturas, é importante saber que cada caso é um caso e esse tempo leva em consideração a gravidade, o histórico do paciente, entre outros. “Cada fratura tem um determinado tempo de recuperação e reabilitação. Em média, não havendo intercorrências ou complicações no tratamento, uma fratura leva em torno de 2 a 3 meses para total recuperação. Fraturas em crianças levam menos tempo e algumas fraturas em adultos podem até levar mais tempo”, explica o médico. 

O médico destaca ainda que as luxações quando reduzidas imediatamente no Pronto Socorro, ou seja, são atendidas de forma rápida, já permitem a mobilidade do membro. “Nestes casos, recomenda-se um período de imobilização para alívio da dor e regeneração de tecidos moles lesionados no momento do trauma. Alguns casos necessitam de cirurgia, como luxação do joelho por exemplo, onde há um risco de lesão arterial por ser um trauma de alta energia com risco de perda do membro”, comenta. “Contusões e entorses geralmente ocorre melhora com 3 semanas após o trauma. Isso vai depender do local e da intensidade do impacto”, complementa.

Atividade física, fraturas e lesões

Muitos praticantes de atividades físicas ficam receosos em relação às fraturas e lesões. Mas o ortopedista esclarece que as fraturas são decorrentes de situações de acidente e não em uma prática sob a orientação de profissionais.  Cada situação deve ser avaliada individualmente. No futebol, por exemplo, é comum a ocorrência de entorse, mas não é regra e acidentes ocorrem em qualquer situação. Outro exemplo são os motoqueiros que estão mais expostos a risco de acidentes com fratura. “Prática de atividades físicas periódica é recomendável e saudável, mas não significa que estarão sujeitos a acidentes. Alguns esportes são considerados de risco para certas lesões. Por isso, a prevenção é fundamental, tanto no esporte como nas atividades diárias e no trânsito. Uso de capacetes, equipamentos de proteção no trabalho e no esporte ajudam a prevenir certas lesões, mas, infelizmente, acidentes ocorrem”, analisa Dr. Luis Gustavo Di Piero Mendes.