Câncer de próstata pode ser detectado precocemente

Segundo o INCA – Instituto Nacional do Câncer, a cada triênio são diagnosticados 65.840 novos casos de câncer de próstata no Brasil. No ranking dos mais incidentes entre os homens, ele só fica atrás do câncer de pele não melanoma. Isso significa que 1 em cada 9 homens será constatado com a doença.

O caminho para mudar esse cenário é um só: a prevenção. Por isso, manter um check-up anual com especialista é uma das atitudes mais promissoras para se detectar um câncer de próstata e iniciar tratamento com maior percentual de êxito.

Dados da Sociedade Brasileira de Urologia indicam que menos de 50% dos homens já consultaram um urologista. Essa estatística é péssima quando se considera que o ideal seria que eles realizassem, no mínimo, um acompanhamento anual da saúde para prevenir não apenas o câncer de próstata, mas diversas outras doenças.

Os números reforçam essa afirmação: 9 entre 10 casos de câncer de próstata, quando identificado em sua fase inicial, tem êxito no tratamento. De acordo com especialistas, se diagnosticado no início, a chance de cura do câncer de próstata chega a 97%. Isso é resultado do avanço da medicina, pois os exames e o tratamento vêm se tornando cada vez menos invasivos e mais precisos, o que também eleva as chances de cura ou de uma melhor sobrevida.

Conheça alguns exames para detectar o câncer de próstata

Para rastreamento do câncer de próstata existem dois tipos de exames: a dosagem de PSA e o toque retal. Os especialistas recomendam que ambos sejam realizados, pois, sua combinação permite o diagnóstico precoce em 80% dos casos. Entenda cada um deles:

  • Dosagem de PSA: esse exame de sangue é realizado para avaliar a quantidade do antígeno prostático específico (PSA). Trata-se de uma proteína produzida pelo tecido da próstata, mas também pelas células cancerosas. Os valores sugeridos como referência variam ao longo da vida: até os 49 anos, considera-se de 0 a 2,5 ng/ml como normal; entre 50 e 59 anos, o limite sobe para até 3,5 ng/ml; entre 60 e 69 anos, até 4,5 ng/ml; entre 70 e 79 anos, até 6,5 ng/ml. Além disso, os níveis de PSA podem variar em função de outros fatores, além do tumor, como por exemplo: hiperplasia prostática benigna (HPB); prostatite (inflamação da próstata); manipulação local (por conta de massagem, biópsia etc). O preparo para o exame exige a abstinência sexual de 2 a 3 dias, pois o valor do PSA também aumenta (em cerca de 10%) se houver relação sexual no dia anterior ao exame.
  • Toque retal: esse exame clínico detecta alterações na próstata, como a presença de nódulos, endurecimentos ou quaisquer irregularidades. O procedimento dura apenas alguns segundos e para realizá-lo, o médico introduz o dedo indicador no ânus do paciente (usando uma luva lubrificada). É um exame considerado como fundamental pelos médicos na avaliação prostática, bem como na escolha da melhor forma de tratamento, pois cerca de 20% dos tumores diagnosticados na próstata estão em homens com níveis de PSA normais. Geralmente, são tumores agressivos, que produzem pouco PSA.
  • Exames complementares: caso os exames anteriores ainda não forem efetivos e a suspeita do tumor permanecer, o médico pode pedir o exame de biópsia da próstata. Obtém-se uma amostra do tecido prostático, com o intuito de identificar as células cancerígenas. Dessa forma, se o diagnóstico de câncer de próstata for confirmado, exames de imagem podem ser solicitados pelo oncologista para avaliar a extensão da doença, tais como: tomografia computadorizada; ressonância magnética e cintilografia óssea.

 

Quando realizar os exames de câncer de próstata?

A recomendação médica é que homens acima dos 50 anos, com expectativa de vida superior a 10 anos realizem os exames da doença. Além disso, o fato de não existir evidências científicas de que o rastreamento mais precoce traga maiores benefícios, o INCA não os recomenda em indivíduos mais jovens. Mas pode ocorrer exceções, tudo vai depender do histórico do paciente. Questões genéticas, histórico da doença em familiares de primeiro grau, podem ser um fator decisório para o médico solicitar os exames antes dos 40 anos.