O câncer de mama, principal causa de morte entre mulheres de 40 a 50 anos, está afetando mulheres cada vez mais jovens. Neste mês, quando acontece a campanha de prevenção Outubro Rosa, é preciso destacar esta nova tendência e entender a origem e a importância desse fenômeno na prevenção e tratamento da doença.
Cabe destacar que, apesar do aumento das taxas de câncer de mama em mulheres mais jovens, a faixa etária entre 40 e 50 anos representa 74% dos casos, ou seja, a maioria. Por isso, a Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda a realização da mamografia anualmente a partir dos 40 anos. De acordo com especialistas, a maioria dos cânceres de mama afeta mulheres com mais de 50 anos de idade, mas 20% das pacientes não atingiram os 50 anos de idade no momento do diagnóstico.
A dúvida existente é se não seria o caso da adoção de medidas adaptadas de prevenção e diagnóstico para atender essas pacientes mais jovens, como um exame sistemático específico para elas, por exemplo. Segundo especialistas, nestes casos, o diagnóstico poderia ocorrer a partir do histórico familiar da paciente, hábitos de vida, entre outros fatores.
Assim, um programa de exames adequado poderia ser estabelecido para mulheres jovens em condição de alto risco.
Ocorre que, mesmo com o aumento de casos em mulheres mais jovens, segundo especialistas, o número de pacientes ainda não é suficiente para que um programa de exames em grande escala seja eficaz. Além disso, há o fato de que os seios das pacientes mais jovens são mais densos e uma mamografia ou ultrassom pode não detectar a doença, gerando a mais ansiedade e exames adicionais.
Modernidade e câncer de mama
Quais seriam então as possíveis explicações para o aumento do câncer de mama entre as mulheres jovens? Essa dúvida tem sua resposta no modo de vida da sociedade moderna. Segundo especialistas, os fatores relacionados ao estilo de vida moderno, como o aumento do excesso de peso (obesidade) e a consequente diminuição da atividade física, e o consumo de tabaco podem responder à questão.
Além disso, as mulheres estão tendo seus primeiros ciclos menstruais cada vez mais jovens, enquanto a primeira gravidez ocorre cada vez mais tarde, onde a amamentação também é praticada por um período mais curto. Dessa forma, o período de impregnação hormonal é prolongado, sendo esse fenômeno um importante fator de risco para o câncer de mama. Podem, também, estar associados fatores externos à essa condição, como por exemplo o consumo de alimentos com substâncias que influenciam o sistema hormonal e representam um risco à saúde.