Sol, mar… e inimigos ocultos. É no verão, estação mais quente do ano, que a companhia desagradável das águas vivas e caravelas passam a ser constantes.
Nessa época, o encontro desses seres marinhos com os banhistas costuma acontecer com maior frequência por causa do aumento do número de pessoas no mar, falta de informações e descuido em relação a esses animais.
Com sua coroa de tentáculos, que contém células urticantes capazes de ejetar espinhos repletos de veneno, elas atacam e causam uma irritação na pele parecida com uma queimadura.
As águas vivas causam lesões nos pontos de contato, com dor intensa em queimação e erupção avermelhada, edemaciada, de linhas entrecruzadas.
De acordo com dra. Mireille Machado, dermatologista do Hospital das Nações, é nessa dor intensa que está o maior incômodo. “Ela pode persistir por horas ; fenômenos sistêmicos também podem instalar-se nos casos mais graves com insuficiência cardíaca (rara), choque, insuficiência respiratória, hemólise e insuficiência renal , sendo as alterações cardiopulmonares responsáveis por óbitos nos casos graves”, diz.
A gravidade desse tipo de envenenamento está relacionada nos casos de sinais e sintomas sistêmicos como hiper ou hipotensão, arritmia cardíaca, edema agudo de pulmão, choque e insuficiência renal.
Por isso, se você for atingido por uma água viva é preciso procurar por ajuda. A médica explica que, em caso de acidente com esses animais marinhos devem ser usadas compressas de água do mar gelada. “Essa medida tem potente efeito analgésico e deve ser aplicada ainda na praia como rotina de primeiros socorros. É fundamental a aplicação de vinagre para inativação dos nematocistos ainda íntegros na pele ou nos tentáculos não retirados”.
E fique atento, ela alerta que outras medidas locais como uso de antialérgicos , urina, álcool ou Coca-Cola não tem apoio científico e não devem ser aplicadas, sob pena de agravamento do quadro. “Os quadros com fenômenos sistêmicos hiper ou hipotensão arterial, arritmias cardíacas, edema agudo de pulmão devem ser encaminhados com urgência ao hospital mais próximo”, orienta Dra Mireille.