O Brasil registra, até o momento, mais de 114 mil mortes pela Covid-19 e mais de 2,7 milhões de pessoas recuperadas da doença. O que esses números nos dizem na busca pela cura da doença? Muitas coisas! A primeira delas é a necessidade de conscientização da população no tocante às medidas preventivas para redução da disseminação do vírus. A outra indica a importância de descobrir se casos recuperados podem ser reinfectados – e em quanto tempo – e como fica a imunidade desses indivíduos pós-Covid-19.
Esse tema tem sido alvo de vários estudos em universidades de todo o mundo. Descobrir se os casos recuperados de Covid-19 adquiriram imunidade ajudará a compreender o modo como o vírus se comporta no organismo, abrindo possibilidades para o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes e, claro, da tão aguardada vacina.
Para entender o motivo dos estudos e compreender a importância de buscar respostas neste momento, vamos pensar numa das doenças também transmitida por um vírus e que é prevenida por meio da vacinação: o Sarampo. De acordo com estudiosos, assim como a nossa memória cognitiva, a memória o sistema imunológico lembra claramente de algumas infecções, mas esquece de outras. No caso do Sarampo, uma vez que recebemos temos contato com a doença estamos imunizados para a vida inteira. O desafio dos pesquisadores é descobrir se o mesmo ocorre com as pessoas que tiveram contato com a Covid-19; se ocorre a imunização ou se essas pessoas ficam suscetíveis à reinfecção em curto, médio e longo prazo já que sua imunidade é atingida.
O que se sabe até o momento sobre o Sars-Cov-2 (novo coronavírus) é pouco para se dizer ao certo o quanto o organismo mantém-se imune contra ele. Por isso, na tentativa de buscar respostas, os estudos observam outros vírus da família coronavírus que afetam seres humanos. Os resultados ainda são inconclusivos, no entanto, os estudiosos dessa linha de pesquisa declaram que esses resultados mostram a questão em foco não é se a pessoa fica imune ou não ao Covid-19, mas sim o tempo que o organismo se torna imune à doença.
A pesquisa mais recente sobre o tema foi realizada em duas universidades americanas. Os resultados preliminares indicam que as células do sistema imunológico estão armazenando informações sobre a Covid-19 e se preparando para o combate, mesmo em pessoas que desenvolveram apenas sintomas leves de COVID-19. Esses seriam indícios de que o organismo está produzindo uma imunidade forte e duradoura. Mas, mesmo essa boa notícia, ainda não alivia a tensão sobre a imunização à doença. Isso porque ainda não foi possível provar a dúvida indicada nos estudos anteriores sobre o quanto tempo essas respostas imunológicas vão durar. O que se sabe com esses resultados recentes é que há sinais de que as células do corpo estão vão conseguir se defender mais rápido do coronavírus nos casos de reinfecção.
Por isso, o melhor a fazer é proteger-se com as medidas preventivas e auxílio indicadas pelos órgãos e especialistas da área de saúde, como higienizar as mãos com frequência, usar máscaras de proteção e manter o distanciamento social. Lembrando que, em casos de sintomas da Covid-19, a recomendação é procurar ajuda médica o mais breve possível.