Com a quarentena e o isolamento social impostos pela pandemia de Covid-19, há uma forte tendência de que as pessoas sintam mais intensamente a solidão e a tristeza, afinal, somos seres sociáveis e gostamos de viver em grupo, celebrar com a família e amigos.
Neste contexto, cada pessoa procura “saciar” a ausência de convívio social de diversas formas. Alguns procuram iniciar uma atividade física, a leitura de livros que aguardavam nas prateleiras, colocar as séries em dia, aprender artesanato, cuidar da horta, do jardim, aprender a cozinhar etc. Outros, buscam nas bebidas alcoólicas um relaxamento, uma alternativa para diminuir as dificuldades do isolamento.
No Brasil, segundo a Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead), ocorreu um aumento no consumo de bebidas alcoólicas e outras drogas durante a pandemia e o reflexo é o aumento da violência doméstica. Desta forma, de alternativa para “relaxar” a tensão do momento pandêmico, as bebidas alcoólicas passam a ser um problema social muito maior.
De acordo com especialistas, ao consumir bebidas alcoólicas e outras drogas em excesso, o indivíduo coloca também em risco a vida de quem está próximo, que pode sentir o reflexo de atos violentos de uma pessoa embriagada e fora de controle. Por isso, é preciso ficar atento e vigiar quando a bebida alcoólica começa a estar muito presente no cotidiano. Há casos registrados do excesso do consumo de álcool que levaram a desde atos de violência contra mulheres e crianças até homicídios.
Esse tema é uma das preocupações da Organização Mundial de Saúde (OMS) em relação ao período de confinamento, pois são muitas as pessoas que procuram suprir a carência emocional e física embriagando-se e colocando a sua saúde e vida de todos ao seu redor em risco.
É fato que no Brasil há uma cultura do consumo de bebida alcoólica em celebrações e, também, como uma alternativa para relaxamento após um dia ou semana de trabalho intenso. Mas é preciso ficar atento ao limite desse consumo, considerando a linha tênue entre “beber socialmente” e “se embriagar e perder o controle de si.
Segundo especialistas, durante a pandemia é preciso ficar alerta para que os níveis de alcoolismo da população não aumentem e incidam ainda mais sobre os casos de violência doméstica. Por isso, fique atento a esse problema dentro de sua residência, com sua família e amigos.
Como forma de amparo às pessoas que estão passando por essa situação, durante a pandemia, a Abead organizou atendimento voluntário através do Facebook ou do WhatsApp: (51) 98053-6208. No atendimento estão psicólogos, terapeutas e psiquiatras, disponíveis todos os dias, das 8h às 22h.
O alcoolismo tem cura. Se você passa por esse problema ou conhece alguém que esteja vivenciando isso, procure ajuda médica e profissional o mais depressa possível. A Covid-19 mata, mas o álcool também. Proteja quem você ama.